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Rastreio oftalmológico nas crianças

Revisão Científica
Desde o seu nascimento, as crianças devem ser seguidas pelo pediatra que fará o rastreio oftalmológico. No pré-escolar é obrigatório.

Importância do rastreio oftalmológico

"É na faixa etária pediátrica que surgem excelentes oportunidades de rastreio de doenças para que o seu tratamento impeça futuras sequelas", afirma João Bismarck Pereira, coordenador da Unidade de Pediatra do Hospital Lusíadas Lisboa. "Os pediatras são rastreadores por excelência e nas consultas de seguimento da criança saudável podem detetar complicações oftalmológicas sem que os pais percebam", explica o especialista sobre a importância do rastreio oftalmológico nas crianças.

Logo na primeira consulta do recém-nascido, o bebé é observado cuidadosamente e é-lhe feito um exame externo ao reflexo do fundo ocular. Também nos primeiros meses são analisados repetidamente os reflexos e capacidade de fixação e perseguição dos objetos, o que fornece uma avaliação qualitativa da visão, assim como alterações da pupila ou estrabismos.

 

Frequência dos exames

Para uma melhor avaliação, a criança deve fazer um rastreio oftalmológico assim que consegue colaborar na realização de alguns testes, o que acontece por volta dos três a quatro anos. Deve ser repetido a cada dois anos.

"Devemos ter em especial atenção que a grande maioria das alterações da visão pode passar despercebida durante muito tempo e que este atraso pode ter consequências desastrosas", alerta o pediatra. Os olhos necessitam de ser estimulados para se desenvolverem. Se um olho, como consequência de uma pequena alteração é automática e inconscientemente menos utilizado pela criança, a tendência é para que seja cada vez menos solicitado. Isto poderá potenciar situações irreversíveis de perda total de visão de um dos olhos – a ambliopia.

 

Sintomas de doença

  • Sensibilidade exagerada à luz;
  • Comichão nos olhos repetidamente;
  • Necessidade de aproximação do quadro ou da televisão;
  • Procura por uma posição especial com a cabeça para ler;
  • Olhos desalinhados, inflamados ou lacrimejantes.
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Doenças mais comuns

  • Miopia

Quando há dificuldade em ver ao longe. Tem habitualmente tendência a agravar com o crescimento mas pode ser corrigida com óculos.

  • Hipermetropia

Dificuldade em ver ao perto.

  • Astigmatismo

Em que a alteração da curvatura do olho leva à distorção da imagem quer ao perto quer ao longe que pode ocorrer em simultâneo com as primeiras. Tem tendência a melhorar, pelo que quando o grau não é muito acentuado é por vezes possível vigiar sem corrigir.

  • Estrabismo

Dá-se quando os olhos não têm o seu eixo alinhado e é frequentemente notado pelos pais e familiares (muitas vezes por meio das fotografias). O desvio pode ser para dentro (estrabismo convergente) ou, mais raramente, para fora (estrabismo divergente). O estrabismo convergente se for intermitente pode ser fisiológico (normal) no bebé até aos seis meses.

Tratamento do estrabismo: habitualmente o olho desviado tem tendência a tornar-se "preguiçoso", o que significa que vai perdendo a sua capacidade de visão. O tratamento pode envolver diferentes métodos, nomeadamente a oclusão intermitente do olho não desviado, para estimular a visão no olho afetado.

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Dr. João Bismarck Pereira

Dr. João Bismarck Pereira

Coordenador da Unidade de Pediatria , Atendimento Permanente Pediátrico

Hospital Lusíadas Lisboa

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