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Próteses mamárias: dúvidas frequentes

Colaboração
Evite a exposição solar, faça fisioterapia durante um mês e vá ao médico uma vez por ano. Mais tarde pode amamentar? Sim. E a sensibilidade da mama diminui? Não. António Conde, coordenador da Unidade de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva do Hospital Lusíadas Porto, ajuda a esclarecer estas e outras dúvidas.

Todos os anos são importadas 15 mil próteses mamárias em Portugal e a cada dia que passa há 15 portuguesas que colocam silicone. “Uma parte significativa fá-lo por razões estéticas. Outra opta por colocar implantes na sequência de neoplasias [cancro da mama]”, explica António Conde, coordenador da Unidade de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva do Hospital Lusíadas Porto.

Ainda assim – as estatísticas dizem que 70% dos casos são por questões estéticas – a colocação de implantes mamários pode trazer inquietações e dúvidas. “Antes de mais importa referir que é um procedimento cada vez mais seguro e com menos riscos. Nos últimos 15 anos houve uma grande evolução nesta área”, assegura o cirurgião. Ficam, no entanto, algumas questões para a maioria das pessoas. Que riscos corre? Que cuidados se deve ter após a operação? As próteses mamárias são seguras? Saiba tudo com a ajuda do coordenador da Unidade de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva do Hospital Lusíadas Porto.

Que tipo de próteses mamárias são recomendadas pelos especialistas?

Em Portugal usam-se próteses de silicone compostas por um gel que, em caso de rutura do implante, não derrama. Já a opção por implantes redondos ou anatómicos (em forma de gota) é variável de médico para médico. António Conde prefere os redondos por “permitirem um resultado anatómico e simultaneamente estável ao longo dos anos”.

E explica: “O que faz o resultado ser anatómico, na minha perspetiva, não é a forma, mas outros fatores como a adequada seleção do tamanho do implante e o espaço dissecado pelo cirurgião para confortavelmente acomodar a prótese.” Cada cirurgia demora em média 30 minutos.

Quanto tempo duram os implantes?

“Apesar de os fabricantes dizerem que são tendencialmente vitalícios, aconselho as doentes a fazer um controlo anual”, diz o médico, acrescentando que a marca usada nas Unidades Lusíadas é a única com um seguro associado.

É possível amamentar com a prótese?

Sim, diz António Conde. “Como a prótese é introduzida por via axilar, o tecido mamário não sofre alterações. Esta abordagem tem também vantagens estéticas (ficam menos vestígios do procedimento)”, acrescenta o cirurgião. O silicone também não sofre danos com o aleitamento – são muito raros os casos em que acontece.

A sensibilidade dos seios diminui?

Não, permanece praticamente intacta, diz o médico. “Pode haver até uma hipersensibilidade transitória nos primeiros dias.”

As próteses mamárias dificultam o diagnóstico de cancro da mama?

Não. Ainda assim, na altura de fazer um exame é importante avisar o técnico da existência dos implantes.

Toda a gente pode pôr implantes mamários?

Não. O cirurgião António Conde não recomenda que o façam adolescentes (só adultos por questões de maturidade), pessoas com doenças metabólicas descompensadas, doenças infecciosas, graves distúrbios psíquicos, doentes com patologias do foro cardíaco, renal ou pulmonar. “No fundo é um procedimento reservado para quem está bem de saúde a nível geral.”

Quais são as complicações mais frequentes após a cirurgia?

“Há sempre o risco de infeções e hematomas, como em qualquer cirurgia”, garante o especialista. Apesar de raras, podem ocorrer ainda contraturas capsulares – quando se desenvolve uma membrana em torno do o implante, que o comprime e pode provocar dor, explica o médico - ou casos de rippling, quando a prótese fica enrugada e visível por baixo da pele.

Que cuidados se deve ter no pós-operatório?

  • Não tome banho completo nos primeiros 12 dias;
  • Não apanhe sol na mama, nem na cicatriz e não use blusas cavadas;
  • Mantenha-se ativa após a cirurgia (pode conduzir, por exemplo), mas evite esforços nas primeiras três semanas;
  • Durante um mês, use um soutien indicado para estas situações;
  • Comece a fazer fisioterapia após 8 a 10 dias e faça os tratamentos durante um mês com sessões bissemanais.
Por Ana Catarina André

Este é um dos artigos que pode ler na Revista Lusíadas nº8

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Dr. António Conde

Dr. António Conde

Coordenador da Unidade de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva

Hospital Lusíadas Porto
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