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Ténis: como escolher e que cuidados deve ter

Mesmo não sendo o Cristiano Ronaldo, é importante que os ténis sejam adequados ao seu pé e à modalidade que vai praticar. Uma má escolha pode dar origem a problemas que vão das bolhas às fraturas.

Imagine-se a correr em cima de de algodão. Não conseguiria. Sabe porquê? Porque os movimentos são absorvidos pelo algodão, que não nos dá o retorno, quanto mais dura for a superfície, mais rendimento tiramos da corrida.

Assim, para o leitor se conseguir mexer iria colocar muita carga sobre as articulações e lesionar-se. Questões como esta não são um pormenor quando se escolhe um par de ténis. São essenciais para evitar problemas. Se os sapatos forem muito amortecedores tiramos pouco rendimento, faz-se muita carga sobre os tendões e provocam lesões ligamentares” – as mais comuns são as entorses no tornozelo.

Já se os sapatos forem muito rijos, o impacto do embate no solo é transmitido às articulações e podemos ter lesões articulares, na coluna, nos joelhos, na anca. No limite, a escolha inadequada do calçado pode acabar em fraturas. É no pé e no tornozelo que ocorrem cerca de 25% das lesões, indica Carla Ferreira, podologista do Hospital Lusíadas Porto

“O pé é um órgão complexo fundamental para o apoio, equilíbrio e funcionamento do sistema locomotor.” E está sujeito “a forças, pressões e impactos”, com a agravante de muitas vezes estar mal calçado, de ter alterações biomecânicas (modo como apoia) e que não estão compensadas ou corrigidas, o que pode originar traumatismos.

Como escolher o par de ténis certo?

Além do tipo de piso, para evitar lesões e outros problemas deve ter em atenção a modalidade que vai praticar e as características do pé. Certifique-se de que o pé não assenta fora da base e que existe uma folga (do tamanho da largura da unha do polegar) entre o dedo mais comprido e o sapato. 

Carla Ferreira aconselha ainda a escolha de ténis com apoio neutro, independentemente das alterações biomecânicas do pé – e que devem ser sempre avaliadas nos exames realizados em consulta (não os faça nas lojas de desporto, uma vez que aí não existe acompanhamento de um profissional de saúde, alerta a especialista). A podologista Carla Ferreira deixa outros conselhos:

  • No ginásio deve trocar-se de sapatilha/ténis em função da atividade praticada. Os movimentos que os pés realizam numa aula de aeróbica são diferentes dos de uma aula de spinning.
  • Nas modalidades em recintos fechados, as solas devem ser de borracha: são mais elásticas e oferecerem mais tração.
  • No trail, o tipo de sola depende da dureza e da morfologia do terreno: tem de ter mais tração, ser firme e estável. A lingueta deve ser costurada para evitar a entrada de detritos e feita num material impermeável.
  • No running, é importante que os ténis tenham um bom amortecimento, uma vez que o pé sofre forças de impacto três a cinco vezes superiores ao peso do corpo. E devem ser leves e cómodos (justos no tornozelo e no peito do pé, mas com espaço na caixa de ar para que os dedos se possam movimentar). As solas devem ser flexíveis devido ao movimento de repetição durante a corrida.
  • No ténis, que obriga a movimentos laterais, deve ter solas largas e reforços estabilizadores laterais.
  • No futebol, como se realizam movimentos laterais e lineares (quando se corre), devem usar-se ténis com o amortecimento e a flexibilidade dos lineares e a estabilidade e a durabilidade dos laterais.

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