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Outono sem depressão

É comum ouvir-se dizer que os dias de Outono e Inverno são mais deprimentes e tal afirmação até nem anda muito longe da verdade. Os doentes com depressão tendem a relatar um agravamento do seu estado quando os dias se tornam mais cinzentos.

Muitas vezes desvalorizada e confundida com preguiça, tristeza ou pessimismo, a depressão é uma doença séria, que causa alterações profundas na forma como se vê e interpreta a realidade, causando geralmente um forte sofrimento que, muitas vezes, se torna incompreensível aos outros. Interferindo na qualidade de vida da pessoa e daqueles que o rodeiam, a depressão pode até ser incapacitante, sendo o seu tratamento precoce a melhor forma de combater os seus efeitos nefastos. Estima-se que a depressão de outono / inverno afete cerca de 10 por cento da população europeia, atingindo sobretudo pessoas que vivem em regiões onde o Inverno é mais rigoroso. Nas pessoas afetadas pela depressão, este período pode ser particularmente delicado. Na verdade, em algumas pessoas que sofrem de depressão pode verificar-se um padrão sazonal que acompanha as estações do ano, ou seja, é plausível que alguns doentes refiram um agravamento do seu estado no outono / inverno e constatem melhorias com a chegada da Primavera. Já o contrário é mais raro que aconteça.

 

A falta de luz

Os dias mais sombrios, mais curtos e menos luminosos são, efetivamente, responsáveis por um agravamento do estado depressivo de alguns doentes. Internacionalmente designada como "Seasonal Affective Disorder" (SAD), a chamada depressão de outono / inverno caracteriza-se por:

  • Mudanças de humor;
  • Alterações nos padrões de sono;
  • Falta de energia.

O papel da serotonina

As explicações dos especialistas apontam para um desequilíbrio biológico relacionado com alterações na produção de um neurotransmissor – serotonina – responsável pela regulação do humor, apetite e sono, deixando a pessoa mais "em baixo".

A função da melatonina

Também a produção de melatonina parece sofrer alterações nos dias mais sombrios. Este neurotransmissor é responsável pelo sono e quando produzido em excesso provoca uma sensação de cansaço e quebra de energia. Alguns estudos apontam para que as mulheres estejam potencialmente mais expostas ao risco de depressão sazonal.

 Reconhecer os sinais da depressão:

  • Humor depressivo;
  • Alterações do padrão de sono, (sono demais ou insónias);
  • Apatia;
  • Desinteresse;
  • Ansiedade sem motivo aparente;
  • Hipervalorização de problemas que anteriormente não eram vividos do mesmo modo;
  • Alterações do apetite;
  • Isolamento.

Saber estar atento

Em pessoas particularmente vulneráveis ou indivíduos com distúrbios psiquiátricos, como a depressão, este transtorno sazonal pode contribuir para um agravamento do estado de saúde. Daí que a atenção de terceiros seja fundamental. E a experiência confirma que frequentemente são as pessoas mais próximas que notam as alterações de comportamento e não o próprio. Especial atenção aos familiares seniores,  já que os estudos mostram que 10% dos idosos apresentam taxas de depressão (que podem ir das mais graves às mais moderadas). Embora fosse desejável, nem sempre é possível prevenir estes episódios, mas os especialistas dispõe hoje de informação muito mais aprofundada sobre o assunto e estão munidos com melhores fármacos para poder reduzir o risco de recaída, igualmente gravoso.

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