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Vacinar as crianças: o que precisa de saber sobre vacinas

Em Portugal a vacinação abrange 90% da população, o que já permitiu erradicar do nosso país doenças como o sarampo e a tosse convulsa. A enfermeira Sara Póvoa esclarece algumas dúvidas.

Vacinas: o que são?

As vacinas são a forma mais eficaz e segura de nos protegermos contra determinadas doenças. Mesmo quando a imunidade não é total, quem está vacinado tem maior capacidade de resistência. "Além disso, não protege apenas quem toma a vacina mas toda a comunidade: quando a maior parte da população está imunizada interrompe-se a transmissão da doença", alerta Sara Póvoa, enfermeira no Hospital Lusíadas Lisboa.

Posso não ser vacinado?

"Quem não é vacinado, acaba por ser um perigo para si e para a saúde pública, podendo provocar novos surtos da doença", explica uma vez mais a enfermeira. Em Portugal, a taxa de vacinação é de 90% e já há doenças erradicadas, como a poliomielite que, por outro lado, é endémica em países como Angola, com estreita relação com o nosso país. O sarampo está também erradicado desde 2004.

Entre os anos de 2005 e 2012, foram contabilizados apenas 22 casos, importados ou causados por transmissões secundárias a partir de infetados no estrangeiro:"É importante perceber que, se às vezes a doença não existe e não ataca crianças não imunizadas, é porque os filhos dos outros estão vacinados", alerta Sara Póvoa.

As vacinas têm efeitos secundários?

"As vacinas podem ter efeitos secundários. Os mais comuns são, normalmente, pouco intensos e de curta duração", garante a enfermeira. Quando a reação é intensa ou inesperada, deve procurar-se o médico. Alguns exemplos:

  • Inchaço;
  • Dor e vermelhidão no local da injeção;
  • Febre;
  • Mal-estar geral.

"O que na maioria dos casos não conhecemos (porque já não faz parte da nossa memória coletiva) são os efeitos da doença. E essa é a razão pela qual alguns pais não vacinam os filhos ou pedem aos pediatras que façam uma seleção", lembra Sara Póvoa. "Não há, por exemplo, estudos que comprovem a relação entre a vacinação e o autismo", acrescenta.

Perguntas Frequentes

  • Quando devo vacinar-me?

Deve cumprir o calendário recomendado pelo Programa Nacional de Vacinação (PNV). As crianças são as principais destinatárias, mas os adultos também estão contemplados.

  • Onde posso vacinar-me?

Nos centros de saúde, hospitais e outros serviços de saúde devidamente autorizados.

  • Que vacinas fazem parte do Plano Nacional de Vacinação?

Consulte a tabela do Plano Nacional de Vacinação.

  • Que outras vacinas posso tomar?

A maior parte dos médicos prescreve ainda outras vacinas como:

  • Prevenar: Para o pneumococo, a bactéria responsável pelas meningites, infeções respiratórias e dos ouvidos.
     
  • Rotavírus: É um dos vírus responsáveis por desidratação grave em bebés muito pequenos (até aos 6 meses).
     
  • Meningite tipo B: "Em julho de 2014 surgiu a nova vacina 4CMenB (cujo nome comercial é Bexsero) e que é atualmente a única forma de proteção contra a doença invasiva meningocócica tipo B. Ainda não faz parte do PNV, mas alguns médicos portugueses já a prescrevem. No Reino Unido, por exemplo já está incluída no plano", garante a enfermeira.
     
  • Vacina contra a gripe: Recomendada para os grupos de risco.
     
  • Vacina contra as infeções por Streptococus pneumoniae: Prevenção da doença invasiva: bacteriémia, septicémia, pneumonia bacteriémica, em particular, e meningite provocada por esta bactéria.

Há ainda um leque de vacinas recomendadas para quem vai viajar, e que são prescritas no âmbito da Consulta do Viajante. Os especialistas aconselham ainda: mantenha-se informado sobre a introdução de novas vacinas e atualize o seu Boletim de Vacinas.

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