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Crianças: como medir a febre

Os termómetros eletrónicos são os mais adequados para medir a febre. E atenção que se a temperatura for superior a 38º C não tem de dar logo um antipirético ao seu filho.

Há uma tendência dos pais para, quando uma criança tem temperatura superior a 38 ºC, lhe dar de imediato um antipirético. Mas pode ser um erro. É que a febre é a indicação de que existe um processo inflamatório em curso (nos mais pequenos tem, geralmente, origem infeciosa) e a subida da temperatura corporal ajuda a combater essa infeção, explica o pediatra. Saiba então como deve medir a febre, como deve agir, quando o medicar e quando deve recorrer a um profissional.

Como medir a febre

  • Ter o termómetro certo

Os termómetros eletrónicos para medição retal ou axilar são os mais adequados para medir a febre: são geralmente fiáveis e o tempo de determinação da temperatura é rápida (cerca de 1 minuto).

  • Ter a criança com pouca roupa

A criança não deve estar muito agasalhada, uma vez que isso pode fazer subir artificialmente a temperatura da pele.

  • Ter atenção ao suor

A presença de suor não altera a medição da temperatura axilar. Mas interfere com as medições feitas em zonas descobertas (como a testa), já que diminui a temperatura cutânea, especialmente se a temperatura ambiente for baixa ou houver ar em circulação.

  • Onde medir a febre?

Idealmente, a temperatura deveria ser sempre medida no reto, já que é a temperatura corporal real. A temperatura medida à superfície da pele é afetada pelo ambiente mais frio ou quente e pela constrição dos vasos sanguíneos da pele. Contudo, este processo não é agradável e pode representar algum risco se o termómetro se partir. Assim, aconselha-se que: - A medição da temperatura seja retal nos primeiros meses de vida. - Nas crianças mais velhas, que se mexem mais, é preferível medir a temperatura axilar que não é tão afetada como a testa pelas condições do ambiente.

O que não fazer

  • Agasalhar as crianças

Como referido, durante a subida da temperatura as crianças têm frio, os pais agasalham-nas. Ao fazerem-no, impedem que o calor se dissipe o que, consequentemente, aumenta a temperatura corporal. Ou seja, agravam a febre.

  • Não se tem de administrar obrigatoriamente antipiréticos aos 38 ºC

É um erro encarar a febre por si própria como uma doença que é preciso tratar, pelo que não é verdade que se tenha de administrar obrigatoriamente antipiréticos quando a criança tem 38 ºC ou 38,5 ºC. A subida da temperatura corporal ajuda a combater a infeção ao dificultar o funcionamento dos micro-organismos invasores, cujo metabolismo está menos bem adaptado a temperaturas mais elevadas. Portanto, se não existirem outros fatores de risco, se a temperatura corporal não for muito elevada e, se a criança estiver confortável, não há urgência em usar antipiréticos.

  • Dar um banho tépido de forma recorrente

É uma medida que não deve ser de uso corrente (hoje usam-se primeiro os antipiréticos), a não ser que haja grande urgência em baixar a temperatura corporal. A água não pode ser fria: deve estar 1 a 2 ºC abaixo da temperatura corporal. A criança deve ficar dentro de água algum tempo para que a temperatura corporal baixe lentamente à medida que a água vai arrefecendo.

  • Misturar o xarope com o leite

Não se deve misturar o xarope com o leite quando as crianças se recusam a tomá-lo porque se perde o controlo da quantidade de medicamento que efetivamente tomam.

Quando ir ao médico

Não há nenhuma temperatura que obrigue os pais a irem de imediato ao médico. Há, no entanto, algumas situações em que as crianças devem ser observadas com mais rapidez:

  • Bebés nos primeiros 2-3 meses de vida;
  • Quando a criança está prostrada ou demonstra sonolência exagerada com pouca resposta a estímulos, especialmente quando a temperatura já baixou;
  • Vómitos consecutivos; 
  • Lesões da pele concomitantes com a febre;
  • Febre elevada que não cede à medicação com antipiréticos.

Sabia ainda que…
…em dias quentes, podem conservar-se os supositórios no frio para não derreterem?

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